Isto não se faz!
Quer dizer, passa uma pessoa a vida inteira com aquilo ali. Habituamo-nos a tê-la como parte integrante da nossa vida e, de repente, fica somente o sítio.
Jamais imaginaria que um dia não estaria ali, que deixaria de participar na minha vidinha diária. Que ao abrir a janela ou sair à rua não te cumprimentaria. Foram cerca de trinta anos de convivência íntima e diária, de confissões e conversas. Já estavas desgastada pelo tempo, usada e abusada e até havia quem te maltratasse. A tua utilidade há muito que se tinha extinguido. Mas não era preciso tomar medidas drásticas.
Gostava de saber que teve a ousadia de te abduzir, e com que autorização?!? Nem sei como vou viver a minha vida daqui para frente...
Hoje, quando fui beber a minha dose diária de cafeína, senti a tua falta... e foi aí que reparei que...
...tiraram a cabine telefónica que estava em frente às janelas da minha mãe há alguns 30 anos!
Não se faz!
Grunf!